quinta-feira, 8 de março de 2012

Salve o dia oito de março!

(Mulheres da APDETT)
Mulher com Deficiência: nem tudo são flores!

Hoje está sendo comemorado em todo o mundo o Dia Internacional da Mulher. É um dia de alegria onde nos reunimos, recebemos  flores, presentes e adoramos tudo isso. É bom ser lembrada.
Mas também é um excelente dia para refletir, discutir e transformar. Que o Dia Internacional da Mulher seja um dia de luta contra toda forma de exclusão e preconceitos e para deixar registrado que ninguém é melhor que ninguém, tanto que compartilhamos  com os homens comprometidos com as lutas sociais a construção de uma sociedade fraterna e igualitária.
Ser mulher às vezes é difícil, ser mulher na política também é muito difícil, agora ser mulher e deficiente é mais difícil ainda. As mulheres com deficiência são duplamente discriminadas  porque   são mulheres e porque são pessoas com deficiência.
Embora a mulher com deficiência esteja presente em todos os fóruns de discussão, ainda não temos um grupo consolidado no Estado de São Paulo que possa garantir esse debate em todos esses eventos. Cremos que essa realidade será mudada em pouco tempo devido à crescente participação feminina. A organização das mulheres com deficiência nos possibilitará a reivindicação da participação como sociedade civil no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em todos os municípios onde estão constituídos porque, na maioria das vezes, a mulher com deficiência é invisível.
Os problemas realmente são muitos:
O preconceito em relação às mulheres com deficiência terem vida sexual ativa, pois as pessoas com deficiência são consideradas assexuadas;  violência física e psicológica contra a mulher deficiente; a falta de acessibilidade; no mercado de trabalho, a discriminação na contratação de mulheres que utilizam cadeiras de rodas. O empregador prefere contratar  uma pessoa com mobilidade reduzida para não precisar quebrar parede para adaptar o local. Nas cidades onde ainda não existem, garantir pelo menos um ônibus adaptado para o transporte urbano.
Despreparo dos profissionais no atendimento às mulheres com deficiência; falta de equipamentos acessíveis para exames específicos (mamografia, papanicolau, etc.). Estas são algumas observações, porém, é necessário traçar um perfil destas dificuldades realizando campanhas de esclarecimento e promovendo debates, unindo profissionais da saúde e mulheres com deficiência, a fim de aprofundar esta situação injusta e irregular.
Nelson Prudêncio Ferreira, um associado da APDETT disse em uma reunião: “Nós, pessoas com deficiência, não matamos só um leão por dia; matamos uma floresta de leões por dia”.
Tudo isto precisa ser revisto e repensado, criando-se assim novas formas de entender a pessoa com deficiência, entendê-la como um ser integral e com direitos garantidos a viver com qualidade e dignidade.  Porque somos mulheres deficientes, mas antes de tudo, somos pessoas com deficiência.
Por: Maria Helena Mozena – Presidenta da APDETT e Amélia Galan - Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo.
 Fonte: http://acessibilidadeviamao.blogspot.com/2011/03/mulher-deficiente.html
Publicado no Jornal “Diário” de 8/3/2012.

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SEJAM BEM VINDOS!

Eu aqui imaginando que todos vocês que entrarem nesse blog são formigas, pois desde há muito tempo ouço dizer que “conscientizar é um trabalho de formiguinha”, então formigas, desejo que nossa Associação seja cada vez mais conhecida e independente, pois nosso objetivo é a inclusão social do deficiente através da conquista de políticas públicas e que nunca percamos o foco de que nossa organização contribui para a construção de um mundo melhor para todos.
Beijos fraternos!

Maria Helena Mozena
25 de agosto de 2009.